A Companhia
Brasileira de Materiais Ferroviários-COBRASMA foi fundadada por Gastão
Vidigal que implantou em São Paulo a primeira fábrica para a produção de
equipamentos ferroviários no Brasil, que veio a fabricar vagões de carga,
carros passageiros, de subúrbios ou de longo curso, trens-unidade elétricos,
carros de metrô, veículos leves sobre trilhos (VLT) e aparelhos de mudança de
vias.
Durante
uma reunião no dia 21 de outubro de 1943, no Setor de Produção Industrial, em
São Paulo, a que estiveram presentes banqueiros, diretores de estradas de ferro
e industriais, discutiu-se um primeiro projeto com vistas à construção de
material ferroviário no País.
A
propositura foi aprovada, considerando-se o desgaste do material rodante
durante a segunda Guerra Mundial, o aumento do tráfego e a não reposição desse
material, praticamente todo importado. Já existia a indústria de rodas
coquilhadas, bem como a de montagem de vagões.
Mas era necessário que se fabricassem truques, engates, aparelhos de choque e tração, eixos, entre outros. A Companhia Siderúrgica Nacional já fornecia chapas e perfilados de fabricação 100% nacionalizada.
Mas era necessário que se fabricassem truques, engates, aparelhos de choque e tração, eixos, entre outros. A Companhia Siderúrgica Nacional já fornecia chapas e perfilados de fabricação 100% nacionalizada.
Em
conseqüência, em 1º de setembro de 1944, fundou-se a Companhia Brasileira de
Material Ferroviário. Nesse mesmo dia, foram aprovados os estatutos com o
capital inicial de NCr$40.000,00.
Ampliando
sua atuação a Cobrasma passou a produzir peças fundidas em aço para a indústria
automobilística, de tratores agrícolas, cimento, mineração e britagem
eletrônicas e outros.
Atividade
Inicial
O
programa do projeto inicial previa a produção de: um mínimo de 250 vagões por
mês, eixos comuns e excêntricos, cilindros forjados para laminadores, blocos
para estampagem, recipientes forjados para pressão interna, flanges e várias
peças.
A
Cobrasma iniciou sua produção e, em menos de um ano, a fundição de aço começava
a fabricar partes para vagões e outras peças para o mercado ávido de material
de qualidade. Nesta primeira fase, as peças fundidas e os componentes dos
vagões ferroviários produzidos pel empresa eram fabricados segundo a técnica
fornecida pela American Steel Foundires, de Chicago, E.U.A. O plano estudado,
além da fundição de aço, incluía a produção de sínter, aciaria, laminação
forjaria, tratamento término e fabricação de aços-liga.
Posteriormente,
o plano foi concretizado excluindo-se a produção de sínter e a laminação.
Fornecendo
para a Petrobras equipamentos para refinaria de petróleo tais como permutadores
de calor, condensadores de superfície, forno de aquecimento direto e caldeiras
industriais, a Cobrasma iniciou a diversificação de suas atividades fabris.
Ao
completar 25 anos, a Cobrasma, concretizou o ideal daqueles que se propuseram
dotar o País de uma indústria que contribuísse marcantemente para acelerar seu
ritmo de progresso e desenvolvimento.
Em sua expansão, a Cobrasma já ultrapassou os limites do mercado interno, levando para além das fronteiras a marca que identifica o elevado padrão de qualidade dos produtos de sua fabricação. Sua história, em ritmo de desenvolvimento sempre crescente, é bem o reflexo do dinamismo e da capacidade de ação aliada a alta eficiência técnica.
Em sua expansão, a Cobrasma já ultrapassou os limites do mercado interno, levando para além das fronteiras a marca que identifica o elevado padrão de qualidade dos produtos de sua fabricação. Sua história, em ritmo de desenvolvimento sempre crescente, é bem o reflexo do dinamismo e da capacidade de ação aliada a alta eficiência técnica.
Firme
no propósito de contribuir cada vez mais para o progresso da economia nacional,
a empresa não se afastou do seu objetivo, consubstanciado no propósito de diversificar
ao máximo a linha de seus produtos, para atender à demanda sempre crescente do
mercado.
Na
década de 70 a Cobrasma engajou-se na expansão siderúrgica brasileira com a
fabricação de vagões especiais, panelas de vazamento, fornos de reaquecimento
de placas, unidades completas de sinterização, etc.
Ao
ser selecionada como uma das três empresas brasileiras qualificadas para
fabricar equipamentos destinados a produção de energia nuclear, a Cobrasma
reafirmou sua vocação pioneira.
Capítulos
da História
A
Quadra das Primeiras Realizações (1944/47)
Início
das instalações industriais. Contratos com grandes firmas norte-americanas para
representação e também uso de suas patentes para fabricação de produtos
ferroviários: American Steel Foundries (truques, engates, aparelhos de choque e
tração) e General Railway Signal Company (sinalização automática para estradas
de ferro).
Em
1945, instalação da Fundição de Aço,atualmente a maior da América Latina. Novos
contratos com firmas especializadas norte-amercianas, destacando-se a Whiting
Corporation, fabricante de guindastes e macacos para locomotivas e vagões,
mesas giratórias, guinchos, pontes rolantes e outras especialidades. Montagem e
entrega de 594 vagões de tipo fechado, inteiramente de aço, com capacidade para
36 toneladas de lotação. Início da fabricação de mais 600 vagões, destinados ao
Departamento Nacional de Estradas de Ferro.
Em
1947, a Cobrasma torna-se principal acionista da empresa Forjas Nacionais S.A.,
Fornasa.
A
Hora e a Vez do Aço e do Ferro (1948/50)
Maio
de 1948 acontece a primeira corrida de aço na Cobrasma. Em junho iniciou a
produção industrial de aço e ferro dentro de elevado padrão técnico. 1.385
toneladas de peças fundidas em apenas seis meses. Procura excede a expectativa.
1.284 vagões para diversas estradas de ferro e companhias particulares e
reparação de 259 vagões já fazem parte do acervo da Cobrasma; em carteira,
ordem de reparação de outros 1.339 vagões. Em 1949, a Cobrasma atinge o pleno
desenvolvimento de sua produção industrial. As peças fundidas e os lingotes
alcançam um total de 8.615 toneladas.
A
Oficina de Vagões constrói 30 novas unidades e remodela 422. De acordo com os
planos de expansão industrial, sào iniciados estudos para a construção e
montagem da Forjaria de Peças.
Em
1950, índices de produção cada vez maiores são alcançados: a Fundição registra
18.323 toneladas produzidas; a Oficina de Vagões remodela 469 unidades e
constrói mais 73.
A
Cobrasma assume o controle acionário da Fornasa S.A. Indústria e Comércio
reestrutura a empresa, desenvolve a produção de tubos pretos e galvanizados e
de outros, como tubos para permutadores de calor, para caldeiras e para
indústria automobilística.
A
Oficina de Matrizes (1951/53)
Em
1951, a Fundição produz 23.753 toneladas e a Oficina de Vagões constrói 311
novas unidades.
O
ano de1952 é difícil, com sérios empecilhos referentes à importação, restrições
de energia elétrica e retração do mercado. A Cobrasma, porém, envida esforços
para levar a bom termo a montagem de sua Forjaria de Peças.
Inicia
e conclui a construção do prédio destinado à Oficina de Matrizes e começa a
levantar a estrutura metálica do edifício destinado à Forjaria. Devido às
restrições à importação, surgem sérios problemas quanto ao aparelhamento
especial encomendado para a instalação da Forjaria.
Em 1953, agravam-se as dificuldades externas. Mesmo assim, a Fundição produz 19.925 toneladas e a Oficina de Vagões constrói 343 novas unidades e remodela 167. O edifício da Forjaria de Peças esta praticamente concluído. Superando todas as dificuldades, a Cobrasma começa a receber os equipamentos destinados à Forjaria.
Em 1953, agravam-se as dificuldades externas. Mesmo assim, a Fundição produz 19.925 toneladas e a Oficina de Vagões constrói 343 novas unidades e remodela 167. O edifício da Forjaria de Peças esta praticamente concluído. Superando todas as dificuldades, a Cobrasma começa a receber os equipamentos destinados à Forjaria.
Forjaria
em Ação (1954)
Excepcional
demanda de peças fundidas permite à Fundição voltar a atingir alto índice de
produtividade. No curto prazo de 135 dias, a Oficina de Vagões atende a uma
encomenda de 150 vagões fechados para a Estrada de Ferro de Goiás. E a
Forjaria, mesmo ainda incompleta, inicia seus trabalhos, lancando-se
decididamente à conquista do mercado de peças forjadas, até então suprido quase
exclusivamente pela importação.
Em
1955, a Forjaria contribui com um contingente apreciável para suprir o mercado
interno de peças forjadas. O setor ferroviário faz seu primeiro grande
fornecimento de material rodante para a Argentina, passo inicial para a
exportação. Preparando-se para atender à nascente indústria automobilística
nacional, e em obediência a um plano aprovado pelo GEIA, a Cobrasma firma um
acordo com a Timken Detroit Axle, dos EUA, para a fabricação de eixos frontais
e traseiros para caminhões. No ano seguinte chegam os primeiros equipamentos
destinados à fabricação daquelas autopeças. Novos e importantes acordos são
firmados com empresas norte-americanas, dentre as quais: The M.W. Kellog
Company (fabricação de fornos de aquecimento direto e permutadores de calor
destinados às indústrias químicas, principalmente às refinarias de petróleo);
General Railway Signal Company, com a qual já matinha relações comerciais
(equipamentos para sinalização ferroviária); Union Asbestos and Rubbler Company
(fabricação de freios manuais para vagões ferroviários de carga).
Braseixos
(1957)
Notável
desenvolvimento no setor das atividades industriais da Cobrasma, com todas as
suas seções em franca ascensão produtiva. Em conjunto com a Rockwell Spring and
Axle Co. (atualmente, North American Rockwell Corporation), a Cobrasma
constitui uma nova companhia, Cobrasma Rockwell Eixos S.A., uma das quatro
empresas do grupo Cobrasma. Sua principal atividade é a indústria metalúrgica e
de construção mecânica, especialmente a de peças para a indústria
automobilística: eixos frontais e traseiros para automóveis e caminhões,
inclusive conjunto diferencial.
A
produção de material ferroviário se reduz por falta de encomendas. Em
compensação, verifica-se uma crescente demanda de peças forjadas para a
indústria automobilística. Torna-se necessária expansão da Forjaria de Peças
para atender à procura. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE) dá
o seu aval para um financiamento no valor de US$1.620,00 do Export Import Bank,
destinado à aquisição do equipamento necessário à expansão da Forjaria. A
Cobrasma inicia também as obras de expansão de sua Aciaria, pra suprimento de
matéria-prima à Forjaria de Pás.
Inaugura a oficina destinada à produção de equipamentos de sinalização ferroviária, no termos do acordo firmado com a General Railway Signal Co.
Assina contrato com a Nordberg Manufacturing Company para representação e venda de equipamentos especializados para manutenção de serviços em vias permanentes de estradas de ferro.
A conclusão das obras de ampliação dos edifícios da Aciaria e da Forjaria de Peças. A instalação de um novo forno elétrico de doze toneladas permite duplicar a capacidade de produção de aço líquido.
Inaugura a oficina destinada à produção de equipamentos de sinalização ferroviária, no termos do acordo firmado com a General Railway Signal Co.
Assina contrato com a Nordberg Manufacturing Company para representação e venda de equipamentos especializados para manutenção de serviços em vias permanentes de estradas de ferro.
A conclusão das obras de ampliação dos edifícios da Aciaria e da Forjaria de Peças. A instalação de um novo forno elétrico de doze toneladas permite duplicar a capacidade de produção de aço líquido.
Quadruplicada
a capacidade de forjamento com a instalação de uma bateria de martelos e
máquinas adquiridas nos Estados Unidos, em prosseguimento ao programa de
expansão da Forjaria.
Início
dos estudos para a instalação da Forjaria de Prensas, terceiro grande plano de
expansão da Cobrasma, aprovado pelo Geia, em virtude das dificuldades de
obtenção de matéria prima para sua Forjaria dentro ds especificações do
material "forging quality" e nos prazos exigidos pela linha de
produção.
Fundada
a Brasprensas (1960)
Reorganização
da Oficina de Matrizes, planejando-se sua ampliação. Prosseguem os trabalhos de
montagem da Forjaria de Prensas. Funda-se a Brasprensas Rockwell S.A.,
originalmente Parachoques Ibesa Rockwell Ltda. Seu objetivo é a fabricação de
prensa das simples ou em conjuntos parcialmente montados, tratamento de peças
metálicas entre outros, destinadas principalmente à indústria automobilística.
Conclusão
das obras para ampliação da Oficina de Matrizes e da instalação da Forjaria de
Prensas. Em cumprimento a amplo programa de modernização, são substituídos três
grupos de máquinas de moldar e adquiridos modernos equipamentos para controle
de qualidade (exames de raios X, inspeção ultra-sônica e magnatest).
Reequipamento
das oficinas, para melhor atender à fabricação de equipamentos para refinarias
de petróleo e às indústrias petroquímicas e de plásticos.
Inauguração
da Forjaria de Prensas, em 1962. Aquisição de novas máquinas fresadoras para
matrizes e melhoria da produtividade dos martelos de forjamento. Novas
encomendas do mercado de materiais ferroviários. Contratos para fornecimento de
trens-unidades à Estrada de Ferro Central do Brasil, vagões de carga para a
R.F.F. e vagões de minérios para a Cia. Vale do Rio Doce. Exportação de vagões
para o Uruguai. Aumenta o volume de encomendas e sào elaborados novos planos de
expansão da Oficina de Vagões e da Fundição.
Acordos
com a General Steel Industries, dos EUA, para a fabricação dos truques
"Commonwealth" para carros de passageiros, e com a Cardwell
Westinghouse Company para a fabricação de aparelhos de choque e tração.
Em
1963, importação de modernas máquinas para reforçar a produçào de peças
forjadas. Prosseguem os trabalhos de modernização e ampliação da Fundiçào.
Conclui-se a instalação da seçào de fundição de peças para truques
"Commonwealth" e inicia-se a instalação do moderno equipamento
adquirido para a importante "Seção de Moldagem Manual".
Aceleração
das obras dos novos edifícios da Oficina de Vagões e da Oficina de Equipamentos
Químico-Industriais, em área de 15 mil metros quadrados.
Resultados
Positivos (1964/65)
Aprimoramento
o serviço de programação e controle e introduzidas novas técnicas nos métodos
de produção Apesar da retração dos negócios e do racionamento de energia
elétrica, os resultados são positivos. Desenvolve-se a produção de peças para
os truques "Commonwealth" e de peças de grandes dimensões. Iniciadas
as obras de um edifício e seis pavimentos, junto à Usina de Osasco, para
abrigar quase todos os escritórios que se encontravam na Capital. Em 1965, em
que pesem as preocupações financeiras, prosseguem as construções e substanciais
obras de reequipamento.
Desenvolvimento
de ações especiais para construções mecânicas "forting quality" e
aperfeiçoamento de métodos de produção de peças grandes, especialmente para a
indústria da construção naval, válvulas e prensas hidráulicas. Estudos de
métodos e materiais novos de moldagem, especialmente os processos Shell e os moldes
cerâmicos.
Desenvolvimento
de novas linhas de forjados, destacando-se as de elos de tratores de esteiras e
de motores estacionários. Aquisição de modernos equipamentos de solda,
caldeiraria e usinagem para a Oficina de Equipamentos Petroquímicos.
Em
1966 foi marcada pelos esforços para consolidação dos programas de expansão.
Notável aumento de produção na Aciaria e na Forjaria de Prensas. Esforços na
Forjaria de Peças, antes voltada exclusivamente para a indústria
automobilística, no sentido de diversificação de clientes.
Completado
o desenvolvimento de peças para tratores e motores estacionários e iniciados
outros, como o de peças forjadas para campo de petróleo.
A
Oficina de Vagões prossegue na fabricação de trens-unidades. A Oficina de
Equipamentos Petroquímicos executa um grupo de grandes permutadores de calor em
aço cromo-molibdênio e monta, para a Refinaria Presidente Bernardes, de
Cubatão, como parte de seu sistema de reforma catalíca, o maior forno de
aquecimento direto produzido no Brasil, com capacidade de troca térmica de 140
milhões de B.T.U./hora e peso aproximado de 540 toneladas. Iniciada a
construção de grandes caldeiras com a assistência técnica da The Babcock &
Wilcox U.S.A.
Em
1967, grande falta de solicitações do mercado de material ferroviário e de
equipamentos industriais, não obstante, pela elevada produção decorrente da
demanda da indústria automobilística.
Incorporação
da Forjaria de Peças à Braseixos. Introduzidos os serviços de computador
eletrônico para controles de contabilidade, finanças, cálculos de folhas de
pagamento, controles de estoque e outros.
Início da mudança dos escritórios da Captial para o novo edifício de seis pavimentos. Em 1968, registra-se maior agressividade da política de transportes dos governos federal, estadual e das autarquias e sociedades de economia mista.
Início da mudança dos escritórios da Captial para o novo edifício de seis pavimentos. Em 1968, registra-se maior agressividade da política de transportes dos governos federal, estadual e das autarquias e sociedades de economia mista.
Em
conseqüência, são feitas maiores encomendas de material ferroviário, ativando a
produção no setor. Registra-se substancial crescimento na produção de peças
para a indústria automobilística, de tratores, cimento,mineração e britagem,
com a conquista de novos clientes.
Progride o setor de equipamentos industriais constituídos de permutadores de calor, vasos de pressão, condensadores, torres de resfriamento, fornos de aquecimento, caldeiras e outros, sob assistência técnica de tradicionais firmas americanas.
Progride o setor de equipamentos industriais constituídos de permutadores de calor, vasos de pressão, condensadores, torres de resfriamento, fornos de aquecimento, caldeiras e outros, sob assistência técnica de tradicionais firmas americanas.
Trem
Elétrico
A
Cobrasma foi a primeira empresa brasileira em construir um trem de unidade
elétrico Francorail, adquirido pelas Ferrovias Paulistas Fepasa no final da
década de 1970 dentro do seu plano de remodelação do sistema de subúrbio da
Grande São Paulo e Rio de Janeiro. Esses trens rodavam originalmente na linha
tronco do sistema de subúrbios da antiga E.F. Sorocaba, entre Júlio Prestes e
Itapevi.
No
Rio de Janeiro o trem de unidade elétrico fabricado no Brasil pela Cobrasma,
foi designado por série 900, entraram em operação nos subúrbios da antiga
Central de Operação no Estado em 1980.
Locomotiva
no Setor Pede Concordata em 1991/92
Na
entrada da torre que abriga a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp) pode-se ver, em discretas letras cromadas, o nome Luís Eulálio de Bueno
Vidigal Filho batizando o edifício. Foi uma homenagem dos amigos empresários a
um dos mais jovens presidentes que já passaram pela entidade. Eram tempos
áureos, de uma Fiesp forte, representativa.
Quanto
às pendências tributárias, está tentando renegociá-las. Mas não imagine Vidigal
de braços cruzados. Ele nunca foi assim. Nos últimos anos, colocou o governo no
banco dos réus. Quer, a exemplo do que ocorreu com as empresas aéreas, reaver
as perdas que teve no Plano Cruzado. Ele garante que o governo, só em
reajustes, lhe deve uma bolada. "A Cobrasma sempre dependeu do governo e
este foi meu maior erro", conta. O empresário, expert em números, diz que
perdeu as contas dos calotes das estatais. "Pleiteio o reajuste do que
tenho a receber conforme a inflação do período".
Se
o julgamento, que deve durar uma década, for favorável a ele, Vidigal garante
que deverá receber algo em torno de R$ 950 milhões. "Daria para pagar tudo
o que devo e ainda preservar os imóveis", diz.
E por que Vidigal foi à forra depois de seis, sete anos da derrocada da Cobrasma? Até então, garante ele, havia promessas de novos contratos, havia esperança.
E por que Vidigal foi à forra depois de seis, sete anos da derrocada da Cobrasma? Até então, garante ele, havia promessas de novos contratos, havia esperança.
Para
entender a situação da Cobrasma é preciso voltar no tempo. A Companhia
Brasileira de Material Ferroviário foi, durante anos, uma locomotiva no setor.
Era a fornecedora preferida do governo e chegou a exportar vagões e
equipamentos para países tão diferentes quanto o Gabão e os EUA.
Todo
esse prestígio começou a ruir quando a União responsável por 70% das encomendas
à Cobrasma reduziu drasticamente os pedidos. Adicione-se aí a crise que colocou
o setor ferroviário na lona, erros administrativos e altos custos nas fábricas
e o resultado não poderia ser outro: seis anos consecutivos de prejuízos até a
concordata no biênio 1991/1992.
Em
1993, a Cobrasma conseguiu levantar a concordata, mas caiu de novo nos anos
seguintes e resolveu encerrar as atividades.
Reativação
dos Galpões da Cobrasma
Em
1997 foi constituída a empresa Flanel/Flanaço, dirigida por Carlos Roberto
Seiscentos, que havia trabalhado 30 anos na antiga Cobrasma.
Nessa época a empresa alugou um galpão de onze mil metros, antigamente utilizados como oficina mecânica, colocando em atividade 30 funcionários, sem energia elétrica que havia sido cortada há dez anos.
Nessa época a empresa alugou um galpão de onze mil metros, antigamente utilizados como oficina mecânica, colocando em atividade 30 funcionários, sem energia elétrica que havia sido cortada há dez anos.
"Antes
de iniciarmos essa nova produção, a Cobrasma continuou sua produção reduzida e
utilizava geradores a diesel".
No
final de 2002 começou a dificuldade na produção de aço no País por esse
material ficar em poder de duas poderosas empresas. "Essas empresas
ditavam todas as regras e após sete anos estávamos caminhando para o fim. Fomos
pedir a autorização ao proprietário do terreno Luis Eulálio de Bueno Vidigal
Filho para arrendarmos uma parte", explicou Seiscentos.
Em outubro de 2002, o diretor geral da Flanel sugeriu aos engenheiros a fabricação do próprio aço, através da reciclagem de sucatas.
Em outubro de 2002, o diretor geral da Flanel sugeriu aos engenheiros a fabricação do próprio aço, através da reciclagem de sucatas.
Através
da parceria com a multinacional Amsted Maxion e a MWL, a Flanel começou a
vender aço líquido para essas duas empresas que produzem material para moldes
ferroviários e contrataram 400 funcionários.
Após aumentar a demanda dos pedidos, a partir de outubro de 2003, a empresa passou a se chamar Flanel/Flanaço. "No início da produção contratamos 300 pessoas. Depois do aumento da demanda pelo produto, foram abertas outras 150 vagas. Desse total, 80% trabalhavam na extinta Cobrasma. Com essas contratações, adquirimos profissionais qualificados e com experiência na área, o que nos garantiu economia de tempo e treinamento", disse o diretor-geral da empresa.
Após aumentar a demanda dos pedidos, a partir de outubro de 2003, a empresa passou a se chamar Flanel/Flanaço. "No início da produção contratamos 300 pessoas. Depois do aumento da demanda pelo produto, foram abertas outras 150 vagas. Desse total, 80% trabalhavam na extinta Cobrasma. Com essas contratações, adquirimos profissionais qualificados e com experiência na área, o que nos garantiu economia de tempo e treinamento", disse o diretor-geral da empresa.
A
empresa produz 500 toneladas de barras de aço todos os meses e está com a
produção vendida até abril desse ano. Já a fabricação de eixos para vagões,
realizada em parceria com a MWL, deve passar de 500 peças/mês para 800 a 1000
unidades no decorrer de 2004. "A MWL era a segunda maior produtora de
eixos do País. Depois da parceria, em 2003, a fabricante passou a ocupar o
primeiro lugar no ranking", contou.
A
empresa osasquense é também responsável pelo fornecimento de 1,5 mil toneladas
de aço líquido para a multinacional Amsted Maxion, um das maiores fabricantes
de vagões do País.
"A
nossa meta para os próximos seis meses é atingir a quantia de quatro mil
toneladas.Além disso, parte da matéria-prima utilizada na produção do aço vem
de sucatas. Atualmente, a empresa recicla 2,5 mil toneladas por mês, número que
deve chegar a 6 mil".
A
estimativa de Seiscentos é transformar a Flanaço nos próximos quatro meses, a
maior fundição da América Latina e batalhar para que a rua da Estação seja
trocada de nome para professor Luis Eulálio, empreendedor da mega-fábrica.
Empresas
Subsidiárias da Cobrasma
Braseixos
Rockwell S.A.
A
Cobrasma S.A. Indústria e Comércio, então denominada Companhia Brasileira de
Material Ferroviário Cobrasma, iniciou em 1951 um programa de diversificação de
suas linhas de produtos para fornecer peças à incipiente indústria
automobilística brasileira.
Dentro
desse programa, instalou moderna forjaria, inaugurada em 1º de junho de 1954. A
ação do Governo brasileiro, empenhado na implantação da indústria
automobilística, concorreu decisivamente para a participação da Cobrasma, que,
para atingir seus objetivos, firmou em novembro de 1955 o contrato com a
Rockwell Spring and Axle Company (atualmente North American Rockwell
Corporation) para assistência técnica na produção de eixos dianteiros e
traseiros completos, inclusive diferenciais, para veículos automóveis.
Ainda
em 1955 e durante 1956, iniciou-se a fabricação dos componentes dos eixos
dianterios e traseiros em várias etapas. Os programas estabeleciods foram
apresentados em projeto ao Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia)
- em dezembro de 1956, tendo sido aprovados pela Resolução nº33 de junho de
1957.
Face
ao vulto do empreendimento, e após negociações com a Rockwell Spring and Axle
Company, criou-se uma nova empresa - a Cobrasma Rockwell Eixos S.A - com
participação da empresa norte-americana em seu capital social.
A
nova empresa constitui-se em Assembléias Gerais realizadas em 30 de outubro de
1957 e em 8 de novembro do mesmo ano. Posteriormente, em novembro de 1961, sua
razão social foi mudada para Braseiox Rockwell S.A.
Cumprindo as etapas de instalação e produção previstas, a Braseixos efetuou suas primeiras entregas de semi-eixos e cubos, em junho de 1959,.
A segunda etapa de produção foi cumprida em 1960, com a fabricação de vigas e carcaças.
Cumprindo as etapas de instalação e produção previstas, a Braseixos efetuou suas primeiras entregas de semi-eixos e cubos, em junho de 1959,.
A segunda etapa de produção foi cumprida em 1960, com a fabricação de vigas e carcaças.
A
terceira, em 1961, com a produção de mangas de eixos e braços de direção.
A
quarta e última, em 1962, com a fabricação de diferenciais, tendo alcançado,
assim, a produção de eixos completamente montados.
No
decorrer destes anos, conseguiu-se maior diversidade na fabricação de peças de
eixos e uma ampliação progressiva das quantidades produzidas: em 1959, eram
produzidas peças apenas para dois modelos de eixos para caminhões; na época
eram fabricados eixos para cerca de 15 tipos diferenciados de veículos,
incluindo caminhões, ônibus, camionetas e automóveis.
Em
março de 1968, a Forjaria inaugurada pela Cobrasma, foi incorporada à
Brasiexos. E a empresa passou a constituir-se de duas grandes divisões: a
Divisão Eixos e a Divisão Forjaria, com sua linha de forjados, principalmente
de autopeças.
Fornasa
S.A.
Fundada
em 1945 sob a razão social Forjas Nacionais S.A., foi a primeira indústria
metalúrgica a se localizar em Volta Redonda junto à grande Usina produtora de
matéria-básica. Constituída com capitais exclusivamente nacionais, empregando
técnicos brasileiros, equipamento de alta eficiência e matéria prima nacional;
foi incorporada ao Grupo Cobrasma em 1950.
Desde
1947, a Cobrasma já era sua principal acionista.
A
Fornasa iniciou a fabricação de tubos para condução de água, vapor, ar
comprimido, entre outros, em 1949.
A
princípio, sua produção anual era de 3 mil toneladas de materiais tubulares.
Seu progresso, porém, acentuou-se com o aumento gradativo de capacidade de
produção. O equipamento foi sendo modernizado e ampliado de acordo com os
avanços da técnica do ramo.
A
produção foi automatizada a par da introdução da técnica do ramo. A produção
foi automatizada a par da introdução da técnica da inspeção de qualidade em
todas as fases da fabricação, o que elevou para 13 mil toneladas anuais sua
capacidade de produção.
Brasprensas
Rockwell S.A
Visando
o maior atendimento à indústria automobilística brasileira, a Cobrasma,
juntamente com a Rockwell Standarda Corporation (atual North American Rockwell
Co.) e a Ibesa, Indústria Brasileira de Embalagens S.A., fundou, em 23 de abril
de 1960, a Parachoques Ibesa Rockwell Ltda., que teve mais tarde sua razão
social mudada para Brasprensas Rockwell S.A., tendo a Cobrasma e a North
American Rockwell Co. assumindo o seu controle acionário. O objetivo principal
da Brasprensas é a estampagem de prensados simples ou conjuntos montados,
pára-choques para automóveis e peças similares.
Em
1963, teve início a construção de seu edifício industrial e escritórios, em
terrenos próprios no município de Osasco, ocupando uma área de 136.765 metros
quadrados com área construída de 1.954,55 metros quadrados.
Concluídas
as instalações e montagem em 1967, a Brasprensas iniciou suas atividades
industriais com serviços de estamparia metalúrgica, tendo como primeiros
clientes a Volkswagen e a Braseixos.
Fabricação de ônibus(1983/1990)
A
Cobrasma fabricou no inicio dos anos 80 uma linha de carroceria de ônibus rodoviários.
Sendo a linha Trinox (adquiridos pela Viaçao Garcia) Sob Chassis Scania K112CL
6x2. Teve tambem as versoes da serie CX, com os modelos rodoviarios CX201 para
medias e longas disrancias, equipados com os chassis Scania, Volvo e Mercedes
Benz, para longas distancias o modelo CX301, equipado com os chassis Scania
K112TL e K113TL, alem do Volvo B10M 6x2 e Volvo B58 6x2. Muitos cobrasmas da
viação Garcia especialmente os Scania na verdade são CX201 com o terceiro eixo
adaptado.
A versão Volvo da Garcia é B10M 6x2 original. Teve também a versão para pequenas distancias e fretamento o modelo CX202, mais curto e mais baixo que as outras versoes e lançam apenas na versao 4x2. Foram equipados nos chassis apenas uma unidade Volvo B58, na empresa Ipojucatur. Tem tambem um na versao Scania K112CL porem com o comprimento de um CX201 qie rodou pela 1001. Os restantes eram Mercedes Benz, porem nao eram chassis e sim uma especie de monobloco. Este espetacular projeto da Cobrasma consistia no aproveitamento das partes mecânicas do ônibus usado, como motor, câmbio, diferencial, caixa de direção etc, mas utilizando uma plataforma nova no lugar do chassis velho. Seria um reencarroçamento - mas não vingou, devido à péssima situação financeira da
Cobrasma. Vale lembrar tambem que essa plataforma tambem foram usadas pra construir os trolebus.
A versão Volvo da Garcia é B10M 6x2 original. Teve também a versão para pequenas distancias e fretamento o modelo CX202, mais curto e mais baixo que as outras versoes e lançam apenas na versao 4x2. Foram equipados nos chassis apenas uma unidade Volvo B58, na empresa Ipojucatur. Tem tambem um na versao Scania K112CL porem com o comprimento de um CX201 qie rodou pela 1001. Os restantes eram Mercedes Benz, porem nao eram chassis e sim uma especie de monobloco. Este espetacular projeto da Cobrasma consistia no aproveitamento das partes mecânicas do ônibus usado, como motor, câmbio, diferencial, caixa de direção etc, mas utilizando uma plataforma nova no lugar do chassis velho. Seria um reencarroçamento - mas não vingou, devido à péssima situação financeira da
Cobrasma. Vale lembrar tambem que essa plataforma tambem foram usadas pra construir os trolebus.
Apesar
da investida, em 28 de fevereiro de 1990, a Cobrasma anuncia a desativação da
fábrica de carrocerias de ônibus rodoviários CX-201 e CX-301, saindo do setor.
RODAS RAIADAS
As
rodas raiadas, tradição nos chassis pesados de VOLVO, SCANIA e FNM, eram
fabricadas pela COBRASMA. De acordo com a VOLVO (na revista EuRodo), um dos
motivos do abandono da roda raiada era a difícil manutenção delas (alinhamento,
peso) porém elas tinham as suas vantagens, pois mantinham o veículo
"pregado" no chão, não entortavam, etc.
Além disso, as montadoras nacionais eram de origem européia, aonde as rodas raiadas já tinham desaparecido desde o início da década de 70 mesmo entre os caminhões, por medidas de estética/segurança (raro veículos especiais), e com a introdução de novas carrocerias com desenho mais moderno, que destacavam mais as rodas (e davam a impressão aos passageiros leigos de serem veículos ultrapassados), a incorporação de novos chassis, a dificuldade de compatibilização (utiliza-se a mesma roda de 10 parafusos raio de 22,5 ou 24" em quase toda a frota rodoviária enquanto a roda raiada tem que ser do tamanho exato) e o alinhamento/balanceamento.
Além disso, as montadoras nacionais eram de origem européia, aonde as rodas raiadas já tinham desaparecido desde o início da década de 70 mesmo entre os caminhões, por medidas de estética/segurança (raro veículos especiais), e com a introdução de novas carrocerias com desenho mais moderno, que destacavam mais as rodas (e davam a impressão aos passageiros leigos de serem veículos ultrapassados), a incorporação de novos chassis, a dificuldade de compatibilização (utiliza-se a mesma roda de 10 parafusos raio de 22,5 ou 24" em quase toda a frota rodoviária enquanto a roda raiada tem que ser do tamanho exato) e o alinhamento/balanceamento.
Outro
ponto problemático das rodas raiadas era o perigo na hora da montagem. Relatos
dizem que muitos mecânicos morreram ao deixá-la mal encaixada já que o miolo se
soltava.
A
Cobrasma, desde a sua fundação, constituiu-se em importante centro de absorção
e criação de tecnologia para a indústria brasileira de bens de capital, chegou a ser o maior
fabricante de material ferroviário da América
Latina,chegando a exportar para países tão distintos
como Gabão e Estados Unidos da América.
Desde
maio de 1998 a Companhia encerrou totalmente suas atividades fabris.
Trens
da Cobrasma:
São
Paulo
Metrô-SP
- Trens
da Linha 3-Vermelha até
a composição 325 (sob licença da Francorail) atualmente em 2011 e 2014 foi
reformado pela Frota K do Metrô de São
Paulo
EBTU/CBTU - STU/SP (atual CPTM)
- Série
400 (em conjunto com a FNV),
atual Série 4400 da CPTM (Linha 12)
FEPASA (atual CPTM)
- Série
9000 (em conjunto com o consórcio CCTU sob licença Francorail), atual
Série 5000 da CPTM (Linha 8)
VLT de Campinas
Rio
de Janeiro
EBTU/CBTU/Estrada de Ferro Central do
Brasil (atual Supervia)
- Série
400 (em conjunto com a FNV)
- Série
900 (sob licença da Francorail)
Minas
Gerais
CBTU
- Trens
do Metrô-BH (sob licença da Francorail).
Fonte:
http://www.cobrasma.com.br/
http://www.camaraosasco.sp.gov.br/
https://pt.wikipedia.org
http://cobrasma.blogspot.com.br/