terça-feira, 7 de março de 2017

CMTC: OS SÍMBOLOS DE UM SÍMBOLO


Retratos. São elementos que refletem ou simbolizam pessoas, épocas, lugares ou situações.
Os retratos não são apenas as fotografias de papel. Mas as pessoas, lugares ou situações podem ser os próprios retratos.
Na semana de aniversário da cidade de São Paulo é impossível deixar de lado um destes seus retratos: a CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos.
A história desta companhia é bem conhecida, apesar de haver muita coisa ainda a ser explorado e novos fatos antigos apenas ainda no anonimato.
A empresa pública surgiu já retratando uma realidade de São Paulo: o crescimento rápido e desordenado que obrigava a cidade a organizar seus sistemas de transportes. As linhas de ônibus eram mal distribuídas, com disputas de serviços em áreas de melhor infraestrutura e de maior demanda. Além disso, o poder público municipal precisava assumir os bondes, que não mais interessavam a canadense Ligth And Power Co.
A CMTC cresceu junto com a cidade de São Paulo. Reorganizou os transportes e permitiu que a cidade se tornasse já nos anos de 1950 ainda mais interessante para as empresas privadas que voltaram com tudo.
Apesar de ser uma companhia municipal, operando apenas em São Paulo, a CMTC foi importante para todo o País. Não só em relação aos transportes, mas até a métodos de trabalho e relações entre diretoria e empregados e entre poder público gerenciador e operador e empresas privadas operadoras.
Nas onze principais garagens da CMTC, quanta história, quantos aprendizados, quantas novas ideias.
A indústria também deve muito a CMTC. Ela foi uma das grandes importadoras de tecnologia, trazendo ônibus principalmente da América do Norte, que serviam de referenciais para as fabricantes no Brasil atualizarem seus produtos.
Do trólebus, solução apontada ainda como a ambientalmente ideal para a conjuntura atual das grandes cidades brasileira, aos veículos de combustíveis alternativos, como a gás natural, álcool, biodiesel e até a gás de lixo. Todos investimentos que sozinha a iniciativa privada não teria condições ou interesse de fazer.
Modelos eram testados na CMTC e, se dessem certo, iam para o mercado. Caso contrário, os prejuízos eram assumidos pela empresa mantida pelas arrecadações das catracas e cofres públicos.
Busólogo ou não. Usuário de transportes coletivos ou não, não há quem não lembre da CMTC, empresa querida até por quem nunca andou em seus ônibus.
A CMTC fez parte das várias paisagens de São Paulo. Praças, ruas e avenidas mudavam, mas com os ônibus da CMTC percorrendo por elas.
Ela foi vítima dos vícios de máquina pública. Foi explorada, mal gerida, virou cabide de empregos, se endividou, assumiu sozinha os investimentos nos transportes e teve de dividir os lucros, até que em 1993 foi privatizada em situação financeira precária.
Mas a CMTC abriu vários bairros, uniu pessoas, deu ao cidadão a oportunidade de acesso ao trabalho, ao lazer, à educação, à visita agradável aos parentes ao ao grande amor.
Esta empresa, que é o símbolo de São Paulo teve seus vários símbolos, que remetiam a cada época, a cada administração diferente da cidade.
Entre 1946 a 1961, um retângulo envolvido por um desenho oval levava as iniciais de Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos. Entre 1961 e 1973, um símbolo mais simples, porém agradável. Entre 1973 e 1976 um desenho modernista coma letra M envolvendo a letra T. No 10• salão de automóvel em 1966, m desenho especial. Nos anos de 1976, a tradição fala mais alto e o símbolo da criação da empresa volta. Nos anos de 1980, as letras ficam mais robustas. As cores são um capítulo a parte e mostram diferentes fases.
Os símbolos da CMTC ainda circulam pela memória de todo o cidadão que no fundo é grato à Companhia
Eles também podem ser conferidos no Museu Gaetano Ferrola, na Avenida Cruzeiro do Sul, na zona Norte de São Paulo.

 

Por :  Adamo Bazani.




 

A história do Chevrolet D60.

  https://youtu.be/r-LEOA3ukfU?si=vOKOpglJUILQWhTy