domingo, 3 de junho de 2018

A HISTÓRIA DOS MONOBLOCOS NO BRASIL.

Hoje trago um pouco sobre a história desses valentes e fantásticos ônibus que a Mercedes-Benz do Brasil já produziu, de estrutura única e manutenção fácil.
Produzidos de 1958 à 1996, os ônibus monoblocos da Mercedes-Benz marcaram o desenvolvimento do transporte no Brasil. A robustez da estrutura unificada (carroceria e chassi), mais leve e aerodinâmica, o rodar macio do motor traseiro e o conforto superior aos dos ônibus brasileiros de até então, fizeram dos modelos um sucesso de vendas, sobretudo nas décadas de 1960 e 1970. Popularidade associada à ampla assistência técnica da marca da estrela de três pontas, presente em todo o território nacional. Um autêntico Fusca dos ônibus. 
A série marcou o que a Mercedes-Benz diz ser a fabricação do primeiro ônibus 100% nacional – o O 321, lançado em 1958. Entretanto, anos antes (1946-1947) a General Motors já montava
unidades integrais nos moldes de modelos vendidos nos Estados Unidos na fábrica de São Caetano do Sul (SP). Até as duas décadas que antecederam o governo de Juscelino Kubitschek, a produção brasileira de ônibus era basicamente artesanal. Pequenas encarroçadoras montavam coletivos na maioria das vezes de carroceria de madeira, em chassis de origem importada como Ford, GM. Somente na década de 1970 os chassis para ônibus, meio mais utilizado atualmente pela indústria, começaram a ganhar dimensão no mercado.
O desenvolvimento dos monoblocos brasileiros levava em conta as características de uso e necessidades locais. Os modelos que deixaram a linha de montagem da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) eram projetos locais, inexistentes na matriz da Mercedes-Benz na Alemanha.
A produção dos monoblocos no Brasil foi cessada em 1996, quando a Mercedes-Benz se concentrou no fornecimento de chassis. A consolidação dos chassis no mercado tornou os monoblocos pouco competitivos. No fim, representavam apenas 10% da produção total de ônibus da marca alemã.

CRONOLOGIA DOS MONOBLOCOS NO BRASIL
1950

O 321 – Primeiro monobloco produzido no Brasil, com opções para transito local e longas distâncias. Também chamado de “bicudinho”, foi produzido até 1970
1960

O 326 – Mais potente, chegou em 1966, deixando mais eficiente a demanda de transporte das companhias. Foi apresentado no 5º Salão do Automóvel
OM 352 – Em 1969, avanço tecnológico no motor: direta injeção de combustível
1970
O 362 A – A linha de ônibus rodoviários trouxe o primeiro motor turbo entre os ônibus nacionais
OM 355/5 – Junto dos motores de quatro e seis cilindros, em 1973 a Mercedes-Benz introduziu o motor de cinco cilindros
O 364 – Ônibus monobloco urbano em duas versões: 101 (PB de 13.200 kg) e 111 (PB de 13.500 kg)
1980
O 370 – A família apresentava a mesma tecnologia das versões utilizadas na Europa com arrefecedor de ar adicionado ao motor turbo, em duas configurações: O 370RS com dois eixos e doze metros, e o RSD de três eixos e 13,20m
O 370 UP – Configuração urbana do O 370, introduzida em 1986
O 371 – Atualização do O 370, disponível em configurações diesel, diesel/gás, trólebus, rodoviário/diesel, alongado/diesel, dentre outras

1990
ABS e ASR – Sistema começa a ser oferecido em ônibus e caminhões em 1990
O 400 – Nova família de chassis e plataformas para transporte urbano, rodoviário e ônibus articulados nasce em 1994, nas versões O 400 UP, O 400 UPA, e O 400 RS
Em 1996 a Mercedes-Benz anuncia a desativação da montagem do ônibus monobloco, com comercialização até o final do ano.

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