ANIMAIS PEÇONHENTOS
São chamados de peçonhentos os animais que para caçarem ou
se defenderem têm a capacidade de inocular substâncias tóxicas produzidas em
glândulas especializadas de seu corpo. O meio utilizado para a inoculação
dependerá da espécie do animal, que no caso das serpentes ocorrerá através dos
dentes inoculadores de veneno, e nos escorpiões, através do aguilhão localizado
na ponta de sua cauda. É importante salientar que os animais peçonhentos agem
quando se sentem ameaçados.
Existem animais que são venenosos, mas não são peçonhentos.
Esses animais venenosos não possuem nenhum órgão capaz de inocular o veneno, e
essa é a principal diferença entre os animais venenosos e peçonhentos.
Cobras, aranhas, escorpiões, lacraias, taturanas, vespas,
formigas, abelhas e marimbondos são exemplos de animais peçonhentos, que são
responsáveis por causar inúmeros acidentes, tanto nas cidades quanto nas áreas
rurais. Qual a diferença entre animais peçonhentos e animais venenosos?
Animais Peçonhentos:
são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes,
ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente, ou seja, possuem
um mecanismo qualquer que os permite injetar seu veneno no organismo de
outro animal. Bons exemplos são: algumas
serpentes que possuem os dentes ocos ligados a glândulas de veneno e estes são
usados para inocular veneno (ou peçonha) que algumas vezes podem até matar;
escorpiões que injetam o veneno produzido na glândula de do aguilhão; as
abelhas que usam o ferrão para picar e injetar o veneno no “inimigo” e por aí
vão mais exemplos como aranhas, arraias, etc.
Animais Venenosos:
são aqueles que produzem as substâncias tóxicas (veneno), mas não
possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões, aguilhões, esporões), e por
isso, dependem da situação para usá-las. O envenenamento pode ser passivo por
contato como a lagarta taturana que possui pêlos por onde secretam veneno com
um simples contato; pode ser também por compressão, como o sapo que necessita de
apertar as glândulas localizadas no dorso perto da cabeça ou por ingestão como
o peixe baiacu que possui toxinas em vários tecidos do corpo como fígado,
brânquias, intestinos e podem causar envenenamento caso seja ingerido.
Sintomas provocados pela picada de animais peçonhentos:
Os sintomas provocados pela picada de animais peçonhentos
irão depender da espécie do animal, quantidade de veneno injetado, condições de
nutrição, peso e altura da pessoa.
Quando uma pessoa é picada por algum animal peçonhento, é importante
que seja levada para um hospital imediatamente, mas podemos tomar algumas
medidas até que a vítima seja atendida por uma pessoa especializada.
Dicas:
Ao sofrer picada de animais peçonhentos é importante que o
acidentado seja levado o quanto antes para um hospital, pois a vida dele
dependerá da rapidez com que o tratamento com o soro for feito. É importante
que se identifique qual o animal causador do acidente; além de não fazer
torniquete; não aplicar nenhum tipo de medicamento, como borra de café, folhas
no local da picada; manter o órgão afetado erguido; não fazer sucção do veneno
e não espremer o local da picada. Em casos de picadas de escorpiões e aranhas,
pode-se fazer compressas no local para aliviar a dor.
Tratamento:
A melhor forma de se tratar vítimas de animais peçonhentos é
através da soroterapia. Esse tratamento consiste na aplicação de um concentrado
de anticorpos que irá combater o veneno do animal.
Medidas preventivas:
Para manter esses animais longe de nossas casas é preciso
que tomemos algumas medidas preventivas, como:
Manter os quintais limpos, sem acúmulo de entulhos e lixo;
Não colocar as mãos em frestas ou buracos no chão,
cupinzeiros etc.;
Evitar andar descalço em jardins;
Preservar os predadores naturais dos escorpiões: corujas,
macacos, sapos, galinhas e gansos;
Combater a infestação de baratas e roedores, pois atraem
animais peçonhentos;
Manter a casa sempre limpa, principalmente atrás de móveis,
cortinas e quadros; examinar calçados e roupas antes de vesti-las.
O que fazer ao encontrar animais peçonhentos dentro de casa:
Encontrar animais indesejados nas residências é comum,
principalmente em locais próximos a matas e terrenos abandonados. O problema é
que alguns são venenosos e oferecem riscos a saúde. Ao se sentirem ameaçados,
se defendem injetando uma substancia tóxica na vítima.
Um levantamento realizado por pesquisadores do Laboratório
de Artrópodes do Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo, revelou que 75% dos acidentes com escorpiões ocorrem em áreas
urbanas. Entre os anos de 2010 e 2011, dos 13 mil acidentes notificados em São
Paulo, 10 mil ocorreram na própria cidade.
Na região de Sorocaba (SP) os animais mais comuns de serem
encontrados em áreas urbanas são aranha marrom e arrumadeira, lacraia,
escorpiões de qualquer espécie e as cobras cascavel e jararaca.
Caso animais como esses apareçam em casa, a orientação é
evitar colocar as mãos neles e só se aproximar para espantá-los, sem machucar.
No caso de Escorpiões siga algumas dicas:
Os escorpiões procuram alimento durante a noite e
freqüentemente penetram nas residências humanas, onde se instalam sem serem
notados, pois durante o dia “desaparecem” em esconderijos escuros e úmidos.
Para capturar alimento e para defesa utilizam-se do ferrão
venenoso.
Os escorpiões proliferam sob pedras, frestas de pedras e
barrancos, debaixo de cascas de árvores, em paredes e muros mal rebocados,
madeira empilhada, entulhos, caixas de gordura, ralos, forros, etc. Gostam
muito de umidade, pouca luz e insetos em abundância (principalmente baratas).
No Brasil entre varias espécies encontramos com muita
freqüência o “escorpião-amarelo” (Tityus serrulatus), que é considerado o
escorpião mais perigoso da América do Sul.
É muito importante comunicar o Centro de Municipal de
Controle de Zoonoses – órgão responsável pela prevenção de acidentes, inspeção
e capturas de insetos – assim que a presença de escorpiões for notada.
Como prevenir acidentes com escorpiões
Locais com acúmulo de entulho e lixo são, geralmente,
relacionados à presença de insetos e pragas dos mais diversos tipos. Além de
vetores de doenças, como as baratas, existem insetos que causam problemas
imediatos, podendo levar a pessoa à morte. É o caso dos escorpiões.
De acordo com informações da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz/RJ), nas cidades, os escorpiões surgem em edifícios comerciais e
residenciais, armazéns, lojas, madeireiras, depósitos e outros, por meio,
principalmente, de instalações elétricas e esgotos.
Segundo a Fiocruz, apesar de sensíveis aos inseticidas
aplicados diretamente sobre eles, os escorpiões não são facilmente eliminados
por meio das desinsetizações habituais, por conta de algumas características de
seu comportamento.
Com a capacidade de permanecer longos períodos sem se
alimentar, podem ficar escondidos de dois a três meses sem se movimentar, o que
dificulta sua exposição aos locais onde as aplicações são, geralmente,
realizadas.
– Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de
entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas
proximidades;
– Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras,
arbusto, bananeiras e as) junto a paredes e muros das construções. Manter a
grama aparada;
– Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, numa
faixa mínima de um a dois metros das casas;
– Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões
podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;
– Não por as mãos em buracos sob pedras e em troncos podres.
É comum a presença de escorpiões sob dormentes da linha férrea;
– Usar calçados e luvas de raspas de couro;
– Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois
muitos destes animais apresentam hábitos noturnos;
– Usar telas em ralos de chão, pias e tanques;
– Combater a proliferação de insetos, alimento principal dos
escorpiões;
– Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vão entre
o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia
nas portas e telas nas janelas;
– Afastar as camas e berços das paredes, evitar que roupas
de cama e mosquiteiros encostem-se ao chão. Não pendurar roupas nas paredes;
– Examinar camisas, blusas e calças antes de vestir.
Inspecionar sapatos e tênis antes de usá-los;
– Acondicionar lixo domiciliar em recipientes que possam ser
mantidos fechados para evitar baratas, moscas ou outros insetos de que se
alimentam os escorpiões;
– Preservar os inimigos naturais: aves de hábitos noturnos –
coruja, joão-bobo, lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, quatis, etc. (na
zona rural).
Como capturar escorpiões?
Além de medidas como a redução das vias de acesso e da
oferta de alimentos, ao primeiro sinal da presença de escorpiões os Centros
Municipais de Controle de Zoonoze devem ser contatados.
Estes centros dão orientações seguras e fazem a inspeção,
limpeza e captura de escorpiões no local.
Captura
Os escorpiões devem ser capturados invertendo-se um
recipiente (como no caso das aranhas), podendo utilizar um graveto para
auxiliar o procedimento, pois eles não saltam.
Pode-se também improvisar uma pinça com taquara ou bambu
(pinça de Bücherl):
Corte um gomo de bambu e abra uma fenda até o nó,
introduzindo em seguida uma rolha de cortiça que irá manter as hastes
afastadas.
Capture-o segurando-o pela cauda com o auxílio da pinça.
Assim evitará possíveis picadas, pois os escorpiões não
lançam veneno a distância.
Observações:
Nunca utilize sacos pláticos para aprisionar os animais.
Nestes casos, as fugas e acidentes são inevitáveis.
Procure também a Unidade Básica de Saúde (posto de saúde)
mais próximo para a entrega de escorpiões, pois este fará a notificação e
enviará ao Instituto Butantan de São Paulo, dentro do plano de controle de
escorpiões.
O Instituto Butantan também fornece caixas para o transporte
de escorpiões, que são usadas para grandes quantidades de animais e não têm
divisões, pois eles podem ficar todos juntos.
Convém colocar bagaço de cana úmido ou cascas de árvores
presos às paredes internas das caixas. Nestas condições, os escorpiões podem
permanecer até oito dias.
Acidentes
São classificados conforme a gravidade:
– Leves:
dor e parestesias locais, com tratamento sintomático e
anestésico local;
– Moderados:
dor local intensa associada a um ou mais sintomas como
náuseas, vômitos, sudorese, sialorréia discreta, agitação, taquipnéia e
taquicardia, com indicação de tratamento soroterápico anti-escorpiônico via
intravenosa e manutenção das funções vitais.
– Graves:
além dos sintomas citados na forma moderada, podem ocorrer
vômitos profusos e incoercíveis, sudorese profusa, sialorréia intensa,
prostração, convulsão, coma, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema
pulmonar agudo e choque, podendo levar à morte.
O tratamento é similar ao anterior, porém deve-se
administrar maiores doses de soro.
No Brasil, a espécie Tityus Serrulatus – popularmente
chamada de escorpião amarelo – tem causado acidentes de maior gravidade em
relação a outras espécies, notadamente em crianças.
A gravidade varia em função do tamanho do escorpião, da
quantidade de veneno inoculada, da massa corpórea da vítima e de sua
sensibilidade ao veneno.
PRIMEIROS SOCORROS
As picadas da maioria dos escorpiões não necessitam de
nenhum tratamento especial.
Colocar gelo sobre a ferida reduz a dor, da mesma forma que
um unguento que contenha uma combinação de um anti-histamínico, um analgésico e
um corticosteróide.
Os espasmos musculares, bem como a tensão alta, provocados
pela picada podem precisar de medicação.
É importante que a pessoa picada repouse em absoluto na
cama. Não deverão ser ingeridos alimentos nas primeiras 8 ou 12 horas.
Deverá ser aplicado um antídoto (antiveneno) a todas as
pessoas que não respondam ao tratamento anterior ou que desenvolvam uma reação
grave, sobretudo as crianças.
– Lavar o local da picada;
– Usar compressas mornas para alívio da dor;
– Se possível, levar o animal para identificação;
– Embora a maioria dos acidentes ocorridos no Brasil por
escorpiões manifesta-se nas formas leves e moderadas, em casos graves, buscar
sempre auxílio médico de imediato, pois o diagnóstico precoce e o tempo
decorrido entre a picada e a administração do soro influem na evolução e a
manutenção das funções vitais.
SORO ANTIESCORPIÔNICO – contra o veneno do escorpião
amarelo.
Medidas a serem tomadas em caso de acidentes
Muitos procedimentos, embora não recomendados, são ainda
amplamente empregados como medidas visando retardar a absorção no veneno.
Boa parte deles pode, na verdade, contribuir para a
ocorrência de complicações no local da picada.
Obs: Em caso de acidente com escorpião, procure
imediatamente um médico ou serviço de saude da sua região.
Matá-los é proibido pelo Ibama. No zoológico de Sorocaba é
possível encontrar alguns animais que foram capturados por moradores da
região.
A recomendação da prefeitura de Sorocaba é que, ao encontrar
animais peçonhentos, o morador entre em contato com a Seção de Controle de
Zoonoses, para que seja providenciada uma visita e avaliação dos técnicos. Na
visita, os técnicos orientam os moradores da residência a adotarem medidas de
prevenção como afastar camas e berços da parede, olhar os calçados antes de
vesti-los, vedar frestas de muros, paredes.
A Zoonoses não faz captura de cobra por ser um animal
silvestre. Neste caso, a orientação é ligar para o Corpo de Bombeiros (193).
Fonte:www.wikipedia.org/ e br.blastingnews.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário