sábado, 14 de setembro de 2019

Aranha Marron



ARANHA MARRON

Loxosceles é um genêro de aracnídeos venenosos pertencentes à família Sicariidae, conhecidos pela sua picada necrosante.
Os membros deste géneros são conhecidos pelos nomes comuns de aranhas-marrom (Brasil) ou aranhas-violino (Portugal).
Descrição:
As espécies do género Loxosceles têm um comprimento total de 3 a 4 cm, sendo que um terço é o corpo, de coloração típicamente acastanhada. Apresentam seis olhos, de cor esbranquiçada. Algumas apresentam o desenho de uma estrela no cefalotórax. As teias são irregulares, tendo como característica a peregrinação noturna e a alta atividade no verão. Durante o dia permanecem escondidas sob cascas de árvores e folhas secas de palmeira - na natureza - ou atrás de móveis, em sótãos porões e garagens - no ambiente doméstico.
A aranha marrom é um aracnídeo que possui três pares de olhos, o corpo marrom-avermelhado e é venenoso .
Principais espécies:
A última revisão das espécies de Loxosceles na América do Sul foi feita por Gertsch em 1958 e 1967. Estão catalogadas cerca de 30 espécies para o aquele continente, entre as quais:
Loxosceles similis (Moenkhaus, 1898) — primeira espécie de Loxosceles encontrada no Brasil. Vive nos estados do Pará, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Conhecida também por L. surata (Simon, 1977).
Loxosceles rufescens (Dufour, 1820) — originária da região do Mediterrâneo, Norte da África e Europa. Conhecida também por L. exortis (Simon, 1881), L. indrabeles (Tikader, 1963), L. distincta (Lucas, 1846) e L. marylandica (Muma, 1944).
Loxosceles rufipes (Lucas, 1834) — encontrada na Colômbia, Chile, Guatemala e Panamá.
Loxosceles variegata (Simon, 1897) — encontrada no Paraguai.
Loxosceles spadicea (Simon, 1907) — encontrada no Peru, Bolívia e Argentina.
Loxosceles lutea (Keyserling, 1877) — encontrada na Colômbia e no Equador. Conhecida também por L. pictithorax(Strand, 1914).
Loxosceles amazonica (Gertsch, 1967) — encontrada no norte e no nordeste do Brasil. Tem o colorido marrom, com o cefalotórax e pernas menos pigmentadas, além do abdome mais próximo ao preto.
Loxosceles gaucho (Gertsch, 1967) — encontrada na Tunísia e no Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Loxosceles intermedia (Mello-Leitão, 1964) — encontrada na Argentina e no Brasil (região Sudeste, Sul e no estado de Goiás). Conhecida também por L. ornatus (Mello-Leitão, 1938) e L. ornata (Mello-Leitão, 1941).
Loxosceles laeta (Nicolet, 1849) — encontrada na América do Sul (No Brasil na região Sul, Sudeste e no estado da Paraíba), Finlândia e Austrália. Conhecida também por L. bicolor (Holmberg, 1876), L. longipalpis (Banks, 1902), L. nesophila (Chamberlin, 1920) e L. yura (Chamberlin & Ivie, 1942)
Loxosceles reclusa (Gertsch & Mulaik, 1940) — encontrada na América do Norte, principalmente nos EUA (Nos estados do Texas, Kansas, Missouri, Oklahoma e California). Apresenta uma linha preta na porção dorsal do seu tórax, gerando o apelido de "Aranha Violino".
Loxosceles adelaida (Gertsch, 1967) — encontrada no Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro), Paraguai e Argentina.
Loxosceles hirsuta (Mello-Leitão, 1961) — encontrada no Brasil (São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais), Paraguai, Argentina e Bolívia.
Forma e conseqüência dos ataques:
São aranhas pouco agressivas, dificilmente atacam pessoas. As picadas ocorrem como forma de defesa, quando macho ou fêmea (ambos peçonhentos) são comprimidos contra o corpo, durante o sono, no momento do uso das vestimentas (calçando um sapato, por exemplo) ou no manuseio de objetos de trabalho (como enxadas e pás guardadas em locais escuros).
No ato da picada há pouca ou nenhuma dor e a marca é praticamente imperceptível. Depois de 12 a 14 horas ocorre um inchaço acompanhado de vermelhidão na região (edema e eritema, respectivamente), que pode ou não coçar. Também pode ocorrer escurecimento da urina e febre. Os dois quadros distintos conhecidos são o loxoscelismo cutâneo (o que normalmente ocorre, onde há a picada na pele) e o cutâneo-visceral (com lesão cutânea associada a uma hemólise intravascular).
Com o avanço (sem tratamento) da picada, o veneno (dependendo da quantidade inoculada) pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e, em alguns casos, morte. Somente foram detectados casos de morte - cerca de 1,5% do total - nos incidentes.
Tratamento:
Logo após a picada é indicado lavar o local com água e sabão abundantes e não fazer torniquetes, para evitar a gangrena do veneno e minimizar os efeitos da necrose. É interessante que a região da picada fique em repouso, dificultando a absorção do veneno. Não convém furar, cortar, queimar ou espremer. Também não é indicado fazer sucção no local da ferida nem aplicar extratos naturais. Não se recomenda a ingestão de bebidas alcoólicas. O procedimento padrão é levar a vítima ao serviço de saúde próximo o mais rápido possível, levando a aranha (morta ou viva) para identificação de espécie e confirmação da necessidade de soro. Vale lembrar que tais procedimentos servem para qualquer ataque de animal peçonhento.
O soro utilizado para combater a picada desta aranha é composto de Antihistamínico/anticolinesterásico/dapsona e 5 ampolas de soro antiaracnideo polivalente ou soro antiloxosceles EV, que deverá ser ministrado ao paciente até 36 horas depois do acidente com a aranha.
Combate:
 
O predador natural da aranha-marrom (Loxosceles sp.) é a lagartixa (Hemidactylus mabouia).
Contudo, ela sozinha não é capaz de exterminá-las.
A região sul do Brasil (Paraná principalmente) tem sofrido com o ataque destas aranhas, cerca de 3000 acidentes somente em 2004. Um relatório de um Instituto de Saúde de Minas Gerais, mostra que foram encontradas aranhas-marrons do gênero Loxosceles em algumas casas da Grande Belo Horizonte, onde esta aranha estaria extinta desde 1917, e teoricamente somente existiria em cavernas.
O aumento da urbanização juntamente com o da população, proporcionou novos locais para as aranhas crescerem e se reproduzirem, consequentemente aumentando os encontros com humanos.
Como evitar ocorrências:
Limpe com frequência atrás de móveis como armários, cabeceiras de camas,embaixo de pias de banheiro, baús, cômodas e quadros.
Bata as roupas antes de vesti-las, principalmente os sapatos.
Evite entrar em cavernas, casas abandonadas, depósitos, etc.
É importante lembrar que a fêmea normalmente possui o abdomem aproximadamente 2x maior que o macho.
No caso de alguma ocorrência:
Não toque diretamente na aranha. Tente pegá-la com luvas ou papeis grossos.
Isole o local com um pano escuro e grosso.
Evite matar a aranha. Chame os bombeiros ou o Centro de Controle de Zoonoses mais próximo de sua casa. Tentar matá-la pode ocasionar em um ataque acidental.
Espécies:
Estão validamente descritas cerca de 100 espécies do género Loxosceles, entre as quais:
Loxosceles accepta Chamberlin, 1920 — Peru
Loxosceles adelaida Gertsch, 1967 — Brasil
Loxosceles alamosa Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles alicea Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles amazonica Gertsch, 1967 — Brasil
Loxosceles anomala (Mello-Leitão, 1917) — Brasil
Loxosceles apachea Gertsch & Ennik, 1983 — USA, México
Loxosceles aphrasta Wang, 1994 — China
Loxosceles aranea Gertsch, 1973 — México
Loxosceles arizonica Gertsch & Mulaik, 1940 — USA
Loxosceles aurea Gertsch, 1973 — México
Loxosceles baja Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles barbara Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles belli Gertsch, 1973 — México
Loxosceles bettyae Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles blancasi Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles blanda Gertsch & Ennik, 1983 — USA
Loxosceles boneti Gertsch, 1958 — México, El Salvador
Loxosceles candela Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles caribbaea Gertsch, 1958 — Grandes Antilhas
Loxosceles carmena Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles chinateca Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles colima Gertsch, 1958 — México
Loxosceles conococha Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles coquimbo Gertsch, 1967 — Chile
Loxosceles coyote Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles cubana Gertsch, 1958 — Cuba, Bahamas
Loxosceles deserta Gertsch, 1973 — USA, México
Loxosceles devia Gertsch & Mulaik, 1940 — USA, México
Loxosceles fontainei Millot, 1941 — Guiné
Loxosceles foutadjalloni Millot, 1941 — Guiné
Loxosceles francisca Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles frizzelli Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles gaucho Gertsch, 1967 — Brazil, Tunísia
Loxosceles gloria Gertsch, 1967 — Equador, Peru
Loxosceles guatemala Gertsch, 1973 — Guatemala
Loxosceles harrietae Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles herreri Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles hirsuta Mello-Leitão, 1931 — Brasil, Paraguai,Argentina
Loxosceles huasteca Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles immodesta (Mello-Leitão, 1917) — Brasil
Loxosceles inca Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles insula Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles intermedia Mello-Leitão, 1934 — Brasil, Argentina
Loxosceles jaca Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles jamaica Gertsch & Ennik, 1983 — Jamaica
Loxosceles jarmila Gertsch & Ennik, 1983 — Jamaica
Loxosceles julia Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles kaiba Gertsch & Ennik, 1983 — USA
Loxosceles lacroixi Millot, 1941 — Costa do Marfim
Loxosceles lacta Wang, 1994 — China
Loxosceles laeta (Nicolet, 1849) — América do Sul, introduzida na América do Norte, Finlândia e Austrália
Loxosceles lawrencei Caporiacco, 1955 — Venezuela,Trinidad, Curaçao
Loxosceles lutea Keyserling, 1877 — Colômbia, Equador
Loxosceles luteola Gertsch, 1973 — México
Loxosceles manuela Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles martha Gertsch & Ennik, 1983 — USA
Loxosceles meruensis Tullgren, 1910 — Tanzânia
Loxosceles misteca Gertsch, 1958 — México
Loxosceles mulege Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles nahuana Gertsch, 1958 — México
Loxosceles neuvillei Simon, 1909 — Somália, África Oriental
Loxosceles olmea Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles pallidecolorata (Strand, 1906) — Etiópia
Loxosceles palma Gertsch & Ennik, 1983 — USA, México
Loxosceles panama Gertsch, 1958 — Panamá
Loxosceles parrami Newlands, 1981 — África do Sul
Loxosceles piura Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles pucara Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles puortoi Martins, Knysak & Bertani, 2002 — Brasil
Loxosceles reclusa Gertsch & Mulaik, 1940 — América do Norte
Loxosceles rica Gertsch & Ennik, 1983 — Costa Rica
Loxosceles rosana Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles rothi Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles rufescens (Dufour, 1820) — distribuição cosmopolita
Loxosceles rufipes (Lucas, 1834) — Guatemala, Panamá,Colômbia
Loxosceles russelli Gertsch & Ennik, 1983 — USA
Loxosceles sabina Gertsch & Ennik, 1983 — USA
Loxosceles seri Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles similis Moenkhaus, 1898 — Brasil
Loxosceles smithi Simon, 1897 — Etiópia
Loxosceles sonora Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles spadicea Simon, 1907 — Peru, Bolívia, Argentina
Loxosceles speluncarum Simon, 1893 — África do Sul
Loxosceles spinulosa Purcell, 1904 —sul da África
Loxosceles surca Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles taeniopalpis Simon, 1907 — Equador
Loxosceles taino Gertsch & Ennik, 1983 — Bahamas, Jamaica, Hispaniola
Loxosceles tehuana Gertsch, 1958 — México
Loxosceles tenango Gertsch, 1973 — México
Loxosceles teresa Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles tlacolula Gertsch & Ennik, 1983 — México
Loxosceles unicolor Keyserling, 1887 — América do Sul
Loxosceles valdosa Gertsch, 1973 — México
Loxosceles valida Lawrence, 1964 — África do Sul
Loxosceles variegata Simon, 1897 — Paraguai
Loxosceles virgo Gertsch & Ennik, 1983 — Ilhas Virgens
Loxosceles vonwredei Newlands, 1980 — Namíbia
Loxosceles weyrauchi Gertsch, 1967 — Peru
Loxosceles yucatana Chamberlin & Ivie, 1938 — México,Belize, Guatemala
Loxosceles zapoteca Gertsch, 1958 — México.
FONTE: https://pt.wikipedia.org

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